Muitas
pessoas principalmente dentro do meio cristão ignoram a política uma vez que
não há um histórico muito favorável entre a relação política/religião, devemos
nos lembrar que a partir de Constantino (300dC) a política foi utilizada como
um isca, transicionando a era da perseguição para a era da deteriorização do
evangelho.
Com o
surgimento da democracia moderna onde o estado é laico, ou seja, serve a todas
as religiões sem se envolver com nenhuma delas, o senso de justiça e honestidade
simplesmente desapareceram por não haver nenhum regulador ético, papel
aparentemente exercido pela igreja. Tal situação causou uma orejiza ao povo
cristão que defendem que igreja e política não se misturam.
Mas o
que dizer das escrituras sagradas? O Antigo Testamento é um livro político,
Deus queria governar o povo, estabelecer a Teocracia, lutou por isto até
surgirem os reis e homens de Deus foram estes reis, alianças espirituais foram
consolidadas com eles, profetas viveram no palácio, homens públicos reconstruíram
Jerusalém e com sabedoria foi dito: “Quando
o justo governa, o povo se alegra”.
Ainda que
muitos dizem que Jesus aboliu o Velho Testamento, erro primário de
interpretação, é necessário lembrar que ele veio instituir o Reino de Deus,
representado e gerido por homens, a quem o Apóstolo Paulo credita a autenticidade
de sua autoridade em Romanos 13:1 – “Cada qual seja submisso às
autoridades constituídas, porque não há autoridade que não venha de Deus; as
que existem foram instituídas por Deus. Assim, aquele que resiste à
autoridade, opõe-se à ordem estabelecida por Deus; e os que a ela se opõem,
atraem sobre si a condenação”. Eximir-se das obrigações políticas e de assuntos relacionados por conta
de uma posição radical contra o mal, é se afastar das escrituras, é pecado de
omissão.
É válido lembrar que acontecimentos revelados pelo próprio Jesus a
respeito das últimas coisas se darão em caráter político, como o surgimento da
Besta e o Anti Cristo, as guerras contra Israel, Gogue e Magogue não são
profecias espirituais, o governo de Deus no milênio e a Nova Jerusalém com a Igreja
desposada do Cordeiro administrando o mundo não são lendas abstratas. Se eu
acreditar que posso influenciar não apenas espiritualmente como um regulador
ético, como os profetas eram em suas épocas, se eu acreditar que posso cumprir
e restaurar a bênção do domínio perdido no Éden e lutar por uma sociedade
justa, protestando contra o pecado não apenas no templo, mas principalmente no
palácio como fazia João Batista, se eu não me omitir quanto ao futuro do meu
país, mas orar, confessar os pecados da minha nação e lutar para que ela suba à
eternidade, se eu trabalhar para que homens ou mulheres tementes a Deus estejam
nesses lugares me representando enquanto eu como pastor prego o evangelho, se
isto me faz ser um crente político, então Yes! Eu sou um Político.
Um abraço e até a próxima
Pr. Edney de Souza Oliveira.